quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Doce ilusão (1998)
















Sopra o vento
Fecha o tempo
O olhar fixo no passado
A pergunta queimando o coração
Onde você está?
Minha alma corre pelas colinas
Caminha sobre as águas do mar
Ela te procura
Onde você está?
Tudo é vazio
É escuridão
Cai a chuva
Lava meu rosto cansado de chorar
Penso ver teus olhos em uma gota
que dança sobre meu corpo
Sentada na calçada
Esperando a chuva passar
Na esperança que junto com o arco-íris
você apareça
venha para mim
Espera interminável
Amor incansável
Pobre coração
Ele ainda insiste em acreditar
nas tuas palavras
Onde você está?
A lua está no céu
O frio me congelando
Sozinha
ainda sigo te esperando

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A porta mágica (2000)


Quando fechava os olhos
o mundo se abria para mim
E ainda que espiasse pelo buraco de uma fechadura
Ainda assim, o mundo era enorme
Tinha lugar para todas as fantasias
Realizavam-se os mais maravilhosos desejos
E por várias horas ou por breves instantes
tudo era fácil
A vida fluía
Mas, ao abrir os olhos
ouvia o ruído daquela porta mágica
fechando-se para mim
E então, voltava-se à realidade

domingo, 26 de dezembro de 2010

Despertar (2010)


Vagando, angustiada
Sinto o enorme desejo de viver
Expor os desejos guardados
Falar a palavra calada
Queimar as dores numa fogueira
Virar a página
Encontrar novos caminhos
que dêem sentido a esta existência
Ser para o próximo a irmã que nunca fui

Pelo que vale a pena viver?
Quantas chances ainda terei?
Indagações enchem minha cabeça
Corro, tentando fugir dos meus medos

Encontro a consciência nas vozes que me guiam:
Viva!
Extirpe seus fantasmas!
Se entregue ao amor!
Seja mais humana!
Falam todas ao mesmo tempo
Inundando meus olhos com lágrimas há anos contidas

Sim,
eu quero me libertar!
Sinto o abraço caloroso do amigo
Encho o peito de coragem
Ainda não sei onde vou chegar
Mas já sei como viver

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Lembranças de um outono (2000)


Nada acontece comigo
Os dias parecem iguais
Do meu lado os velhos conhecidos
com seu atos tão formais

Pousa uma borboleta
no meu coração de papel
Tuas lembranças me voltam à cabeça
e me devolvem o céu

Bobos instantes
que o passado revolve
trazem de volta a melancolia
da tua ausência

Insípidos amigos
Pobres de reações
Segue assim a vida pacata
de tristes recordações

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Tentativas (2002)


Quando te conheci desaprendi toda poesia
Por mais que tente inventar, igual a você nada se cria
Deve ser porque não há verso que se compare a esse sentimento
O amor que sinto não se equivale a nenhum pensamento
É como se eu estivesse vazia
Me aproveito da poesia que outros criam por aí
Não pense, amor querido, que não tenho o que expressar
Há tanto dentro de mim que não consigo explicar
Você chegou quando eu precisava
Um em um milhão
Foi sorte te encontrar aqui
dentro do meu coração

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Cavalo selvagem (2001)

Cavalgando por verdes campos
Respirando a liberdade
Tendo o mundo ao seu dispor
Correndo até cansar
Seguindo a intuição
Bicho arisco
Solto na vida
Vivendo numa estranha filosofia
Rebelde e misterioso
Não se entrega nem mesmo ao que lhe atrai
Correndo pela praia ou nas areias do deserto
Mantendo sempre o controle
Buscando alegrias
Clamando por novas vidas
Aguardando os desafios
Brigando contra o tempo
porque é o único que o tem
Cavalga assim eternamente na espera da sua vez


domingo, 19 de dezembro de 2010

Novo amor (2001)

Me provoca arrepios
e me toma com calor
Em meus olhos vazios
o reflexo do teu amor

Dois homens em uma só criatura
confundem minha inocência
Um é só ternura
o outro complexa sapiência

Se teus longos elogios
despertassem minha paixão
acabaria o frio
que congela o meu coração

Vou contigo aprender
a trilhar novos caminhos
Poderei então saber
como deixar de ser sozinho

Talvez eu não consiga te amar
e você vai sofrer
Por favor, tente me perdoar
estou tentando crescer

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sagitário (2002)


Ele veio e ficou
Ele veio e partiu
Ele olhou e sorriu
É pele, química ou destino
Sou eu te esperando e você curtindo
São três noites e um dia
São quatro encontros
São tristezas e alegrias
É doze de dezembro, é dia de sagitário
Meu bem, Feliz Aniversário
Tudo de bom pra você
Não se esqueça de crescer
Se você vai embora, feche a porta
E se eu chorar?
Deixa pra lá!
Quem se importa?

A borboleta azul (2001)


Olho para o céu
a nuvem já passou
Desejo tua boca por mais um segundo
Estranha sensação de levitar
No vácuo das palavras que ficaram
Uma borboleta azul
de mais de mil tons
passeia na onda dos meus pensamentos
Pois infinitas são as possibilidades
de te perder
mas há somente um modo de te amar
Sinos fazem sons com o vento
e o deserto de minha vida
não existe mais
Já não choro sob as estrelas
Meu desabafo não é mais solitário
Porque uma borboleta azul
de asas flutuantes
com mais de mil tons
me trouxe você de volta
E agora
ainda infinitas são as possibilidades
de te perder
porém, lindamente maiores
são os meios que tenho de te amar

Fraqueza (2002)


Noite escura de céu calado
Olhos nublados de lágrimas caídas
Olhando para fora
procurando algo além dessa vida
Cansei desse jogo
dessa brincadeira
Não quero ser adulta
Não sei cuidar de mim
Não sei o que quero da vida
nem o que ela quer de mim
Já sorri pro meu destino
Prometi lealdade
Tenho uma paixão
que me deu felicidade
me fez descobrir o amor
e acreditar no amanhã
Mas o oculto d’alma
Insiste em me derrubar
Nem mesmo o amor é capaz
de me animar
Desculpe pela minha covardia
Realmente pensei ser forte
Achei que tinha a vida
mas era ela que me tinha
Por favor, futuro
Venha a galope
porque o presente já está acabado
Essa melodia já compus em outras vidas
desta mesma existência

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sussurros (2001)


Dor que corrói e me deixa tremendo
Dilacera meu peito que chora
na espera angustiosa pela tua hora
Sei que algo está acontecendo

Nas paredes manchadas, os retratos
de épocas que já não recordo
Com pensamentos que vagueiam, esqueço meus atos
Viajo num sonho sem sombra até que acordo
E tudo não passa de fatos

Na rua sou presa acuada
Caminho por esquinas sem volta
Sozinha, com frio pela noite enluada
Não penso, flutuo, já nem sei qual das faces é minha
Sigo com pés descalços e da vida cansada

Versos patéticos e sem rima
Complexo destino de trama macabra
Da vida que sonhei você está muito acima
Por favor, acenda a luz e deixe que a porta abra
Sussurros de uma triste sina

Desapego (2001)




















Corações inquietos
que vivem a vagar
Em busca de um sonho incompleto
que teimam em procurar

Almas errantes
Rebeldes por natureza
Da paixão estão distantes
Não se prendem a sua beleza

O mundo é pequeno
pra quem tanto quer andar
O vendaval é ameno
pra quem só tem tempestades a trilhar

E se chega o momento
do amor acontecer
Invadidos pelo sentimento
fogem, com medo de sofrer

Corações inquietos
Nunca vão se entregar
Buscam sempre além
do que podem encontrar